A tendência é de aumento nos valores com a volta da cobrança de PIS e Cofins em março
O último reajuste de preços feito pela Petrobras sobre a gasolina, quando a companhia aplicou um aumento de R$ 0,23 no litro do combustível, válido a partir de 25 de janeiro, contribuiu para que o produto ficasse 2,87% mais caro em Minas Gerais na última semana. Apesar do incremento, do início de janeiro deste ano até a primeira semana de fevereiro, o preço caiu 0,79%. Nos demais combustíveis, entre a primeira semana do ano até o dia 4 de fevereiro, o etanol hidratado recuou 5,25% e o diesel de 2,08%.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Rafael Macedo, explicou que as quedas de preços são importantes para a maior comercialização dos combustíveis, mas que a tendência são de aumentos nos valores uma vez que, em março, a cobrança de PIS e Cofins volta.
“Acredito que isso mostra uma economia no início do ano mais aquecida e, claramente, o reflexo da manutenção da desoneração dos impostos federais. A conta sempre foi muito clara: preço mais baixo na bomba é igual a mais vendas na pista. No início do mês que vem a cobrança de PIS e Cofins vão voltar e, automaticamente, haverá um recuo nas vendas.”
Os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostram que entre as semanas de 22 a 28 de janeiro e 29 a 4 de fevereiro, o preço médio da gasolina, em Minas Gerais, passou de R$ 4,87 para R$ R$ 5,01. Apesar da alta em fevereiro, se comparado com a primeira semana de janeiro, quando o litro estava cotado a R$ 5,05, o preço ainda está 0,79% menor.
Em Belo Horizonte, de janeiro a fevereiro, o valor do litro da gasolina caiu 1,2%, com a cotação saindo de R$ 5,27, em média, para atuais R$ 4,94. Comparando a primeira semana de fevereiro com a imediatamente anterior, foi registrado avanço de 4% no valor, já que entre 22 e 28 de janeiro, o litro da gasolina valia, em média, R$ 4,75.
No caso do etanol, na semana de 29 de janeiro a 4 de fevereiro, o litro foi negociado, na média estadual, a R$ 3,79. O valor ficou 0,53% maior se comparado com a semana imediatamente anterior, quando o volume era vendido nos postos a R$ 3,77. Porém, frente ao início de janeiro, o valor apresenta retração 5,25%, uma vez que na primeira semana de janeiro, o litro era negociado nos postos a R$ 4.
Em Belo Horizonte, a média de preços do etanol hidratado registrada nos postos, na primeira semana de fevereiro, foi de R$ 3,77 – aumento de 0,8% em uma semana. Já na comparação com a primeira semana de janeiro, quando o litro do biocombustível estava cotado a R$ 4,00. houve um recuo de 5,75%.
Em Minas Gerais, o valor pago pelo óleo diesel registra queda de 2,08% entre janeiro e fevereiro. Se comparado o preço praticado na primeira semana do ano, com a semana encerrada em 4 de fevereiro, os preços saíram de R$ 6,23 para atuais R$ 6,10. Apesar da queda de janeiro e fevereiro, no confronto entre as duas últimas semanas, o preço do diesel subiu 0,16%.
Para o diesel, a tendência é de queda nos preços nas próximas semanas. Isso, devido à redução no preço anunciada pela Petrobras. Em nota, o Minaspetro disse que a queda promovida pela estatal está coerente com o PPI, o que tem dado previsibilidade ao mercado, sobretudo aos revendedores varejistas, que já esperavam a queda.
“Ao analisar os preços praticados internacionalmente, foi possível antever o reajuste da empresa e monitorar os estoques com mais eficiência. Vale destacar que o preço anunciado pela Petrobras de R$ 4,10 por litro, na prática, pode representar impacto na distribuição na ordem de R$ 0,36 por litro, uma vez que o diesel brasileiro possui em sua composição 10% de mistura biodiesel. O biodiesel, inclusive, está sendo comercializado com o preço médio por litro na região Sudeste mais caro que o próprio diesel, chegando a R$ 5,45”, explica a nota.
Ainda segundo a Minaspetro, apesar da previsão, muitos postos ainda não receberam o repasse integral por parte das distribuidoras. Para que haja o impacto final estimado na bomba, é preciso que todos os elos da cadeia repassem até o revendedor varejista.
Fonte: diariodocomercio.com.br